Um grupo de organizações não-governamentais cobra da Fifa o pagamento de pelo menos US$ 440 milhões (o equivalente a mais de R$ 2,1 bilhões) a trabalhadores imigrantes que tiveram seus direitos humanos comprometidos durante a preparação para a Copa do Mundo no Catar.

Fazem parte desse grupo a Anistia Internacional, a Human Rights Watch, a Football Supporters Europe (associação de torcedores da Europa) e a Federação Internacional de Trabalhadores. De acordo com as entidades, há evidências documentadas da falta de proteção a esse trabalhadores ao longo dos anos de preparativos para a Copa.

As organizações enviaram nesta semana uma carta ao presidente da Fifa, Gianni Infantino, indicando que esse montante de US$ 440 milhões seria o mínimo. O valor é próximo à premiação das seleções que participarão da Copa do Mundo no Catar.

— O futebol internacional pode facilmente se dar ao luxo de fazer a coisa certa aqui. Esta é uma parcela comparativamente pequena do enorme prêmio em dinheiro da Fifa – e forneceria uma compensação real para as graves violações de direitos humanos que sustentam este torneio — afirmou Sacha Deshmukh, CEO da Anistia Internacional do Reino Unido.

A Fifa disse que está analisando as propostas e que tem feito um trabalho sem precedentes em relação à proteção de trabalhadores, junto com o Comitê Organizador Local. O Catar garante estar implementando as reformas trabalhistas necessárias.